quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo

Olá pessoal,
Peço desculpas pela longa ausência, mas estou totalmente cansada e resolvi tirar umas férias, ano que vem volto com toda a força prometo.
Desejo um 2010 repleto de alegrias para todos vocês.
Abraço
Ana
Caro Amigo,




O ano de dois mil e nove poeticamente chegou ao fim.

Um ano que deixou suas marcas em mim e provavelmente em você.

Marcas de alegria como aquelas que fazíamos no cimento fresco.

Marcas de dor em nós ou nos outros como aquelas feitas nos troncos das árvores.

Em mim, tenho marcas no corpo e na alma.

Orgulho-me de cada uma delas.

Fizeram-me mais viva.

Foram encontros, desencontros e reencontros que deram mais sentido a vida.

Hoje, graças ao ano de 2009 e tudo o que ele me trouxe, posso experimentar a plenitude que é amar a vida, de rir com ela e de rir dela.

Desejo que a energia do nosso Universo continue conspirando para tornar a sua vida plena.

E que a Grande Mãe Terra e todos os seus símbolos lhe dêem sabedoria para perceber isso.

Espero e desejo que o ano de 2010 de cada um de vocês seja melhor que o meu 2009.

A cada um que fez parte e de alguma forma engrandeceu a minha passagem pela vida, meu muito obrigada.



Ana

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"Correr" dá "barato"


Olá Pessoal,
Recebi esse e-mail do Instituto do Cérebro de Brasília e achei que devia compartilhar com vocês.Espero que gostem.
Autor: Ricardo Teixeira
Por Dr. Ricardo Teixeira
O “barato” do atleta é comum entre aqueles que fazem atividades prolongadas, como é o caso dos corredores de longa distância, e é descrito como uma sensação de euforia, bem estar, e alteração da percepção do tempo e espaço. Essas sensações não costumam ser descritas entre os atletas de atividades de curta duração como os velocistas e em esportes que exigem frequente mudança da demanda de força e ritmo da atividade, como é o caso do futebol, basquete, tênis, etc. Curiosamente, não há descrição na literatura desse “barato” entre nadadores, apesar da natação ser um esporte com ritmo regular e repetitivo como a corrida. Já existem evidências apontando que a corrida é especialmente associada a essa sensação de prazer, em parte por causa dos repetidos traumas na pele que promovem a liberação de substâncias que agem tanto no sistema nervoso central como no periférico.

Até a década de 60, acreditava-se que o “barato” do atleta era decorrente do aumento dos níveis de catecolaminas, substâncias da linha da adrenalina. Com a descoberta da endorfina, que é como se fosse um tipo de morfina produzida pelo próprio corpo, passou-se a acreditar que todo o “barato” do atleta podia ser explicado pelo aumento dos níveis de endorfina no sangue, criando-se então um mito popular sem comprovações científicas.

No ano de 2003, foi demonstrado que o exercício físico é capaz de ativar o sistema endocanabinóide e isso transformou radicalmente o entendimento do “barato” do atleta. Esse sistema é composto de receptores chamados de canabnóides, e estão distribuídos não só no cérebro e nervos periféricos, mas também no pulmão, na pele e nos músculos. No cérebro, seu efeito maior é o de inibição da atividade dos neurônios e a anandamida é o neurotransmissor que se liga aos receptores canabnóides do cérebro mais estudado. São nesses receptores que age o princípio ativo da maconha (tetrahidrocanabinol), e os efeitos são bem semelhantes aos da anandamida.

Já é bem reconhecido que a ativação do sistema endocanabinóide estimula o sistema de recompensa cerebral, que é ativado toda vez que fazemos algo que dá prazer e sinaliza ao cérebro que vale a pena repetir a experiência quando esta é prazerosa. A relação entre esses dois sistemas sugere que os endocanabinóides são fortes candidatos para explicar o vício em exercício físico que algumas pessoas desenvolvem. Nesse contexto, vício significa que ficar alguns dias sem atividade física pode levar a sintomas como ansiedade e alterações de humor, e isso pode acontecer mesmo entre as pessoas que praticam atividade física sem exageros, sem compulsão. Nos casos de comportamento compulsivo, o vício na atividade física passa a ser algo negativo, pois começa a comprometer outras dimensões da vida, como por exemplo, o convívio com a família. Felizmente, na grande maioria das vezes, esse vício é um grande aliado da saúde física e mental.

Você conhece o seu corpo? Veja-editora Abril

Olá pessoal,

Descobri esse teste no blog da Andreia Torres, se puderem visitem e façam o teste é muito interessante.
Abraço
Ana
http://veja.abril.com.br/181109/teste-voce-conhece-seu-corpo.shtml

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cirurgia Bariátrica - 2a Etapa: Banda gástrica ajustável


















Banda gástrica ajustável
Procedimento: cirúrgico com anestesia geral (vídeo laparoscopia)
Validade: retirada só e casos de complicações
Riscos: Rejeição do portal de acesso para ajuste
Deslocamentos da banda
Deslocamento do portal
Dieta: 30 dias de dieta líquida
30 dias de dieta pastosa
Evolução de consistência de acordo com cada paciente
Indicação: Paciente com IMC igual ou superior a 35 com comorbidades associadas (hipertensão, Diabetes, apnéia do sono, etc)
Paciente com IMC igual ou superior a 40
Pré-operatório: 1-Consulta para Relatório da nutricionista
2- 1 consulta com nutricionista para orientações de pré-preparo para a cirurgia.
3- Consulta com nutricionista antes da cirurgia para orientações no pós-operatório e entrega do cardápio para os primeiros vinte dias.
A técnica da banda gástrica ajustável consiste na colocação de um pequeno anel ao redor da porção superior do estômago realizado pelo seu cirurgião. Este anel, cinta, ou como é mais conhecida, banda gástrica, divide o estômago em dois compartimentos: um pequeno que fica acima da banda e irá armazenar pouca quantidade de alimento que, quando cheio, causa a sensação de saciedade; e um segundo compartimento maior, que é o resto do estômago normal abaixo da banda, e que continuará a participar do processo digestivo normal, recebendo e enviando o alimento para o duodeno. Veja figura abaixo:
- O objetivo da cirurgia de Banda Gástrica é reduzir o volume gástrico para os sólidos e a velocidade do seu esvaziamento, ou seja, com poucas quantidades você estará saciado. Isso porque os receptores que traduzem para o cérebro a mensagem de saciedade se encontram na parte de cima do estômago, o paciente terá o apetite diminuído e ficará satisfeito com refeições bem menores que antes da operação, além do que o anel só permite a passagem de poucas quantidades de cada vez e em estado líquido. Esse procedimento é muito adequado para os que gostam de comer grandes volumes de uma vez só. Mas, atenção, você sentirá fome, mas uma pequena quantidade será o suficiente para saciá-lo. O paciente com banda gástrica é obrigado a mastigar pequenas porções de cada vez, irá aprender a “Beber o sólido e comer o líquido”.
- Vale ressaltar que a cirurgia visa estabelecer um padrão alimentar que permita uma ingestão de pequena quantidade de alimentos sólidos, promovendo a sensação de saciedade precoce. A capacidade para ingerir alimentos líquidos e líquido-pastosos não sofre uma redução tão dramática. Portanto se não houver uma colaboração do paciente no sentido de evitar alimentos líquidos e pastosos de alto teor calórico, a perda ponderal ficará comprometida.
- A banda gástrica possui um balão que fica em contato com o estômago e que, à medida que é inflado, reduz a velocidade de esvaziamento da pequena câmara, limitando a capacidade de armazenamento de alimento. Este balão é ligado por um estreito tubo de silicone a um pequeno dispositivo para injeção que é implantado sob a pele e que permite uma calibração do diâmetro do anel e, por conseqüência, da velocidade de esvaziamento do reservatório gástrico. Esta propriedade possibilita um ajuste a qualquer momento após a cirurgia, adequando a restrição gástrica às necessidades e à tolerância de cada pessoa. A cada consulta será avaliada ainda a necessidade desse ajuste realizado pelo médico. A banda gástrica ajustável permite até 9 ml para o ajuste, com o objetivo de adequar o procedimento às suas necessidades.
- A fase inicial do tratamento tem se mostrado decisivo para o sucesso do mesmo.
Até aqui apenas copiei/colei parte de um material que entrego aos meus pacientes que se submetem ao procedimento. Daqui para frente vou fazer algumas considerações de acordo com a minha experiência com os pacientes que já acompanhei. A banda gástrica é uma intervenção bem menos invasiva que a cirurgia de Capella (redução de estômago), tem efeito muito significativo para aquelas pessoas que são adeptas a 2 refeições diárias bem volumosas (almoço e jantar), para os “comedores” de carne vermelha também porque é uma barreira física a entrada de grandes volumes. A perda de peso inicial (nos 2 primeiros meses) é tão grande quanto a cirurgia de Capella, mas depois diminui drasticamente e se o paciente não estiver muito convicto e disposto a enfrentar o trabalho e os sacrifícios será um grande complicador. Poucos cirurgiões têm optado por esse método, pois a perda de peso normalmente não é tão significativa quanto na redução, é necessário um comprometimento muito maior do paciente com o tratamento e não tem indicação para os fanáticos por doces, guloseimas e beliscos. Dos pacientes que acompanhei a complicação mais comum foi rejeição ao portal de acesso menos de 8%; 2 casos apenas necessitaram da retirada da banda, no primeiro a mesma havia migrado para dentro do estômago do paciente (paciente que nunca havia ajustado o anel, mas vomitava sempre que comia um pouquinho a mais, provável motivo); e no segundo um paciente que desenvolveu anorexia nervosa. Casos em que se pode mostrar uma grande vantagem do procedimento: a reversão é muito simples em caso de não adaptação.
Nutricionalmente falando: o processo de emagrecimento é menos drástico para o organismo, necessita sim de reposição de vitaminas e minerais e vou demonstrar porque na tabela abaixo exemplificando um caso:
JLR, 45 anos, sexo masculino, 120 Kg
As recomendações diárias (DRI”s) para a faixa etária dele são:
Proteínas- 0,8 g/ Kg/dia (96g)
Riboflavina -(B2)1,3 mg
Niacina (B3)-16 mg
Ferro-8 mg
Cálcio-1000 mg
Zinco-11 mg
Magnésio-420 mg
Antes da cirurgia a sua ingestão levava a seguintes quantidades destes nutrientes:
Proteína-1,5 g/Kg de Peso
Riboflavina -(B2)2,0 mg
Niacina (B3)-10 mg
Ferro-10 mg
Cálcio-600 mg
Zinco-15 mg
Magnésio-300 mg
Nos 30 dias iniciais (dieta líquida):
Proteína-40g 0.36 g/Kg de Peso
Riboflavina -(B2)0,32mg
Niacina (B3)-6,4mg
Ferro-3,9mg
Cálcio-343 mg
Zinco-4,25 mg
Magnésio-170 mg
Nos próximos 30 dias (dieta pastosa):
Proteína-41,5 g 0,39g/Kg de Peso
Riboflavina -(B2)0,33mg
Niacina (B3)-2,8mg
Ferro-5,62mg
Cálcio-302mg
Zinco-7,72mg
Magnésio-202mg
Depois de 90 dias (já com dieta Normal):
Proteína-58,7g 0,57 g/ Kg de Peso
Riboflavina -(B2)0,6mg
Niacina (B3)-4,41mg
Ferro-17,5 mg
Cálcio-430mg
Zinco-10,2mg
Magnésio-180 mg
FONTE: Prontuário do Paciente e Tabela Taco
Então, o que acham desses dados? O paciente já começa o processo com algumas deficiências nutricionais graves. Só para começar: Magnésio, Riboflavina e Niacina são imprescindíveis na quebra de lipídios (gordura) para obtenção de energia, além de várias outras funções. A deficiência de proteína é agravada pela deficiência energética pois essa última obriga o organismo a usar os músculos (proteínas) como fonte de energia, detalhe: os músculos utilizam gordura como fonte de energia, então quando se perde músculo diminui-se o gasto energético e nesse caso exatamente a utilização de gordura como fonte de energia. Então, o emagrecimento por queima de gordura fica bem prejudicado. O zinco é essencial, por exemplo, para a formação de ácido clorídrico e para o sistema imune, vai adoecer mais e podem aparecer acnes, além de unhas fracas e queda de cabelo.
Qualquer tratamento para emagrecimento tem que ser acompanhado de perto por um nutricionista capacitado para avaliar a dieta prescrita, as necessidades gerais do indivíduo e as suas possíveis deficiências a serem atendidas. Qualquer tratamento para emagrecer é para a vida toda, as pessoas não deixam de ser alcoolatras, assim como o seu organismo não deixa de ser obeso. O objetivo das células gordurosas é acumular a maior quantidade de gordura que já acumularam um dia, então em qualquer escorregada acordamos nossas “amiguinhas” que começam a secretar hormônios que nos farão comer muito e com péssima qualidade.
Pacientes que optam pela banda gástrica devem ter em mente que realmente é menos agressivo que a Capella, mas ele tem que fazer todas as mudanças de hábitos de vida que qualquer outro tratamento exige para não voltar a ganhar peso. Essas mudanças envolvem: reeducação alimentar (nutricionista), atividade física regular (educador físico) e mudanças na relação emocional com a comida e com você mesmo (psicólogo) , assim terá o suporte emocional necessário para sustentar todas essas mudanças para a vida toda.

Qualquer tratamento para emagrecer deve ser visto como um processo de longuíssimo prazo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Pão de inhame (sem gluten)

Bem, quem me conhece sabe que dificilmente executo uma receita como recebi, então vou colocar entre parenteses e em vermelho as mudanças que fiz nessa receita maravilhosa de pão sem gluten, a primeira que deu certo comigo até hoje. Agradeço a Dra. Virginia que me passou a maravilhosa dica.

Pão de Inhame de liquidificador

500g (700g) de inhame cru, cortado em cubos e batido no liquidificador com 2 colheres de sopa de semente de linhaça (6c. de sopa de linhaça dourada ou 60g) e 200ml de água quente (ainda coloquei 1 cebola inteira e manjericão fresco).

Despejar em um recipiente, colocar 10g de fermento biológico seco e misturar. A massa não pode estár muito quente.

Acrescente: 400 g de arrozina (coloquei 50g - era o que tinha em casa- e mais 300 g de amido de milho para completar).
5 colheres de farinha de mandioca (usei farinha de milho no lugar, também não tinha em casa)
2 colheres de sopa de azeite ( 5colheres)
2 ovos inteiros (caipiras por favor)
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de vinagre
Misture bem , a massa deve ficar como massa de bolo. Confira o sal e ajuste se necessário, se você colocar os temperos não vai precisar usar mais sal. Despeje em 1 forma grande para pão untada com manteiga e enfarinhada com amido de milho.
Deixe descansar por 30 a 40 minutos (cubra com papel alumínio). Pré aqueça o forno e coloque para assar.
Não fica esfarelento e nem borrachudo.
Corte em fatias e congele, assim dura mais.
Podemos tentar versões com uvas e banana passas, com canela, com outras ervas aromáticas, com açafrão e o que mais a imaginação permitir.
APROVEITEM

Alergias Alimentares - Parte 1 Imediata e Intolerâncias


A alergia nada mais é que uma resposta exagerada do nosso sistema imunológico o que leva normalmente a condições inflamatórias. A inflamação é um mecanismo de defesa importante, mas na alergia ela está aumentada e “voltada” para a resposta a alérgenos.
Quando falamos em alergias alimentares, que são respostas do sitema imune a determinados alimentos) podemos dividir em três setores: a alergia imediata, a alergia tardia e as intolerâncias alimentares (que na verdade não são alergias, mas são muito confundidas com elas).
A alergia imediata é mediada pela imunoglobulina IgE (as imunoglobulinas são proteínas que fazem parte do nosso sistema de defesa). O nome já diz tudo, teve contato com o alimento imediatamente tem-se o aumento exacerbado da IgE e seus sintomas como vômitos, diarréia, dermatites, urticária, entre outras até o fechamento da glote o que impossibilita a respiração. Os alimentos mais relacionados com esse tipo de alergia são os crustáceos (camarão é campeão), leite e seus derivados em crianças, mel, ovos e castanhas(amendoim, p.ex.).
As intolerâncias alimentares estão relacionadas a erros metabólicos e a mais comum é a intolerância a lactose. O indivíduo por um erro metabólico não processa determinado nutriente é o que acontece com a lactose que precisa da lactase para ser “quebrada” em porções menores e então ser absorvida, a fenilcetonúria também é uma intolerância alimentar na qual o indivíduo não processa a fenilalanina.
Vamos voltar à intolerância a lactose: o leite (seja qual for o animal que o tenha produzido) possui um açúcar denominado lactose, molécula que é formada pela ligação de dois açúcares menores: a glicose e a galactose. A lactase é uma enzima fabricada pela mucosa intestinal que “quebra” a ligação da lactose e libera as duas moléculas menores (glicose e galactose) que só assim podem ser absorvidas pelo intestino. Os principais sintomas para a intolerância a lactose estão relacionados ao tubo digestivo como os gases, as cólicas e as diarréias, mas podemos achar a constipação intestinal também, além da sensação de empachamento estomacal (má digestão). Existe um teste para medirmos a intolerância a lactose denominado curva de tolerância a lactose, para os pacientes intolerantes esse teste normalmente provoca muitos, mas muitos gases (referem semelhança com um balão em pleno vôo no final do dia), cólicas e até diarréia. No dia a dia do meu trabalho tenho encontrado muitos pacientes intolerantes a lactose (60% da minha clientela), algumas são tão intensas que os pacientes não suportam o mínino de contaminação o que inclui os queijos, manteigas e iogurtes. A conduta é a retirada do grupo alimentar imediatamente da alimentação diária do paciente, não tem jeito. A importação da lactase em comprimidos tem sido uma solução para aqueles momentos que não se tem opções sem leite e seus derivados, mas não concordo com o seu uso indiscriminado. É necessário levar em conta que o paciente com intolerância a lactose tem disbiose e conseqüente hipermeabilidade intestinal o que vamos tratar com mais profundidade na postagem sobre alergias tardias.
Próxima postagem: alergias tardias, hipermeabilidade intestinal e disbiose

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cirurgia bariátrica - 1a etapa -Balão Intragástrico





Tenho no momento 4 pacientes angustiadas com a possibilidade de enfrentar uma cirurgia bariátrica. O que é uma decisão muito complicada mesmo. Devo ou não fazer uma intervenção tão invasiva? E qual método escolher?
Existem, atualmente, vários tipos de intervenções “bariátricas”, mas apenas 3 são aprovadas pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), qualquer outro é tido como técnica experimental. As três são:
1- Balão intragástrico
2- Cirurgia de banda gástrica ajustável
3- By-pass (Capella)
Em etapas, vamos primeiro conversar sobre o balão.


Balão Intragástrico
Procedimento: Endoscopia
Validade: 6 meses
Riscos: rejeição ao balão
Ruptura do balão e obstrução intestinal por consequencia
Dieta: Água de coco no período de adaptação
Dieta líquida e depois dieta pastosa com evolução até a retomada da normalidade que neste caso é reeducação alimentar
Tenho um protocolo que elaborei depois de 5 anos de trabalho com pacientes que colocaram o balão, o Consenso relata dieta líquida e pastosa por apenas 3-4 dias logo após o procedimento.
A minha experiência: O médico através de uma endoscopia introduz o balão de silicone no estômago do paciente e depois enche com soro fisiológico até 600ml. O objetivo é produzir sensação de saciedade 24 horas, nos primeiros 2 meses em média produz a sensação que você acabou de sair da churrascaria cada vez em que se alimentar. Com o tempo isso diminui e se não tiver muito comprometimento com o processo de emagrecimento pode-se voltar a comer as mesmas quantidades de antes. Tive pacientes que voltaram a engordar mesmo com o balão e um deles me chamou muita a atenção: num ataque de ansiedade ele que estava com o balão a 3 meses chegou a comer 6 pães de sal de uma vez só.
Tem sido mais indicado para os casos de estética e para pacientes que precisam perder peso antes da cirurgia tipo by-pass para diminuir o risco da mesma ou para pacientes que o risco cirúrgico é alto demais.
Importante: nos primeiros dias (3 a 8 dias) depois que você coloca o balão o seu organismo vai tentar expulsá-lo afinal é um corpo estranho. Como? Através de vômitos. Nesses 5 anos só tive 1 paciente que não passou por essa fase e todos afirmam para mim que são fortes o suficiente e que não vomitam com facilidade. A verdade é que pode vomitar tanto que é necessário fazer uma reidratação intravenosa e alguns de tanta força que o organismo faz acabam dilacerando as veias do esôfago e vomitam sangue (nada de tão grave como parece, mas é bom observar). Mas, se fizer o esquema alimentar prescrito esse período passa. Alguns pacientes reclamam de dores intensas nas costas e alguns rejeitaram tanto o balão que tiveram que retirar bem antes do prazo de 6 meses.
As pessoas depois que retiram o balão voltam a engordar? Das que eu acompanhei quase todas voltaram a engordar em 1 ano e meio. Porque, primeiro- a perda inicial de peso é muito drástica e o organismo tende a se proteger melhorando a sua eficiência no aproveitamento dos alimentos, promovendo o efeito sanfona; segundo- porque além da reeducação alimentar é necessário mudanças nos hábitos de vida (atividade física, menos estresse, etc) e também mudanças na relação emocional com o alimento e 6 meses não são, normalmente, suficientes para tantas mudanças. Talvez o ideal é aceitar que esse procedimento é um ponta pé inicial no seu trabalho com o seu corpo.

Próximos capítulos: banda gástrica e Capella

Obesidade

Olá pessoal,

Dia 15/10 participei de um debate sobre obesidade no canal de televisão transmitido pela internet: YesTV.

É só entrar no site http://www.yestv.com.br/ e acessar o programa Cuidando da sua saúde do dia 15/10/09.

Abraço
Ana

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bolo de chocolate mais saudável

Receita de bolo de chocolate com laranja (sem leite e com muito glutén)

Ingredientes:

4 ovos caipiras
1/2 xícara de óleo de canola
2 laranjas sem caroço e sem o miolo batidas no liquidificador com 200 ml de água (com casca e tudo)
1/2 xícara de linhaça dourada
1 xícara de açúcar mascavo
3/4 de xícara de gérmen de trigo
2 xicaras de farinha de trigo integral média
1 xícara de cacau em pó
1c. de sopa cheia de fermento químico

Modo de fazer:
Bata no liquidificador as gemas, as duas laranjas, o açúcar mascavo, a linhaça e a água. Fazer claras em neve e reservar. No creme feito no liqudificador vá aos poucos acrescentado as farinhas, sempre batendo. Misture as claras em neve com cuidado e por último o fermento (sem bater). Leve para assar em forma de buraco untada por aproximadamente 50 min.


Principais ganhos: Fica rico em vitaminas do Complexo B, Vitamina E, Magnésio, Cálcio e Potássio. Além de fibras é claro. Mas, é rico em calorias como o bolo comum.

APROVEITEM

terça-feira, 22 de setembro de 2009

ômega 3 e gestantes

No blog do nutricionista Henrique tem um texto muito interessante sobre a real necessidade de suplementação de omega 3 para gestantes. Na sua discussão ele demonstra como é possível através de pequenos cuidados na alimentação alcançar a ingestão diária necessária desse importante ácido graxo. Uma boa maneira de lembrar que sou nutricionista e estudo os alimentos e o que de bom eles podem trazer para nós. Deixo o link abaixo para os que quiserem conhecer:
http://www.riquenutri.blogspot.com/

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Errata

Olá pessoal,

Infelizmente o debate que gravei não foi ao ar na TV Gênesis como havia indicado. Não sei o motivo. Desculpem-me de qualquer forma.
Abraço
Ana

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Debate sobre obesidade e cirurgia bariátrica

Olá Pessoal:

Dia 18/9 às 22:00 na TV Gênesis vou participar de um debate sobre obesidade e cirurgia bariátrica, aliás o texto da semana que vem fala sobre esse assunto.

Abraço
Ana

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Doença de Alzheimer e ômega 3

Várias linhas de pesquisa relacionam a Doença de Alzheimer com o processo inflamatório. Recentemente teve uma matéria na televisão sobre isso: a “descoberta” de 3 genes relacionados com Alzheimer que disparariam o processo inflamatório levando a morte dos neurônios. O tecido cerebral de pacientes com Alzheimer inclui depósitos fibrilares amiloidais localizados nas paredes dos vasos sanguíneos, associados a uma variedade de diferentes tipos de placas senis, formação de novelos neurofibrilares (NFT), perda neuronal e sináptica e inflamação (SELKOE, 2001).
Se Alzheimer e inflamação estão realmente ligados, então, o ômega- 3 tem um papel fundamental em vista da sua ação antiinflamatória. Estudos populacionais identificaram uma redução significativa da incidência de Alzheimer para pessoas que comiam peixes( que são fontes de ômega 3) pelo menos 2x/semana (redução em 60% do risco de desenvolvimento da doença).
O que já sabemos é que o Alzheimer tem um componente importante de hereditariedade, então, a probabilidade está muito aumentada para os filhos de pacientes portadores da doença e seus descendentes, principalmente se uma proteína denominada Apo E estiver com os níveis sanguíneos alterados. A relação da Apo E e doença de Alzheimer gerou um vasto campo de estudo e se entendermos o seu papel no organismo fica mais fácil. È uma lipoproteína de transporte para gorduras no sangue (uma estrutura formada por lipídios, que não são solúveis em água e por proteínas que são solúveis em água), carrega colesterol e triglicerídeos, no cérebro tem ação importante no processo de mobilização e redistribuição de colesterol para a regeneração do sistema nervoso central e periférico. Sanders et al (1993) observaram que existe uma maior freqüência de Apo E em pacientes classificados como possíveis ou prováveis portadores da doença de Alzheimer. Um modelo de atuação sugere que a Apo E aumenta a produção das fibrilas amiloidais através do aumento de colesterol nas membranas dos neurônios o que dificultaria a retirada das fibrilas e aumentaria o seu depósito no interior da célula e conseqüente agregação até a formação das placas senis e todo o processo inflamatório.
Em vista disso seria prudente suplementar ômega 3 em pacientes com casos de Alzheimer na família? Depende, como tudo na vida. Para alguns pode até gerar benefícios, mas existem contraindicações e uma delas, li esses dias no blog do nutricionista Henrique (riquenutri.blogspot.com), levanta a possibilidade da suplementação do ômega 3 diminuir a resposta do sistema imunológico a vírus, experimento feito com ratos.
O que fazer? Acho que o melhor caminho para esse grupo (o que tem herança genética) é aumentar o consumo de alimentos ricos em ômega 3, pois parece muito importante o consumo desse nutriente não só na prevenção de Alzheimer como também nas doenças cardiovasculares. Os excessos de nutrientes quando vem dos alimentos são contornados pelo nosso organismo com mais facilidade que na forma de suplementos. Na prevenção da doença de Alzheimer ainda é importante fazer atividade física diariamente (promove regeneração de neurônios) e manter o cérebro bem ativo.
Os alimentos ricos em ômega 3 são: peixes (salmão, sardinha, arenque, tilápia, pescada branca), linhaça, óleo de canola e o óleo de camelina (novo no pedaço).