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sexta-feira, 4 de maio de 2012

A "marvada e mardita" balança


Tenho uma querida e amada que se consultou comigo há alguns anos atrás, chegou aqui e entre várias outras queixas queria perder 2 kg. Depois de algum tempo de tratamento conseguimos a remissão de vários sintomas, perda de 1 kg e uma redução de medidas significativa. Dei alta, pois o trabalho já estava encaminhado e assim que ela conseguisse aliar uma atividade física regular perderia aos poucos esse último 1 kg, quanto menos peso para perder mais difícil fica. O problema dela começou quando adquiriu uma balança caseira, da sua guerra contra a balança veio a guerra contra o peso, e até hoje a vejo brigando e está com uns 6 kg a mais que quando veio a primeira vez.  Por que isso acontece com tanta frequência?
1-      Variamos de peso no decorrer do dia, de um dia para o outro, do final de semana até a quarta feira e assim vai. Isso porque podemos reter líquidos, não estar com o intestino regular, etc. Bem, então me pesei pela manhã e aquela balança doméstica, que por si só é instável, mostra que perdi 500g de ontem para hoje. Meu cérebro que não é bobo começa a trabalhar:

- na hora do almoço ele não vai me deixar resistir àquela sobremesa, afinal como eu perdi peso eu mereço.
- no final do dia ele vai me lembrar a cada segundo como estou cansada e que hoje, só hoje, eu mereço não fazer a minha corridinha.
-  várias estratégias, joga contra sem dó nem piedade, contra a minha tentativa de perder peso, porque mereço e porque ele quer e precisa (por pura insegurança) que eu me mantenha acima do peso.

2-      No dia seguinte subo de novo na balança e para minha surpresa tem 1 kg a mais. Lá vem o meu cérebro dizendo: Tá vendo não adianta tanto sacrifício se numa escapadinha você ganha mais que perdeu ontem. DESISTE, esse negócio de perder peso não e pra você.

3-      Subir na balança para muitos gera muita ansiedade e estresse agudo. Nessa situação o nosso organismo produz hormônios e neurotransmissores que AUMENTAM O APETITE. Cortisol, NPY são alguns dos responsáveis por ficarmos com uma vontade irresistível  de comer alimentos calóricos, cheios de açúcares e gorduras vagabundas, em  situações de alto nível de estresse. Então, subir na balança só vai reforçar a situação de ansiedade e estresse.

4-      Num processo de emagrecimento as medidas fazem muita diferença, afinal é a redução delas que vai fazer você caber naquela calça jeans que você ama, mas não entrava mais até então.

5-      Ter uma balança em casa vai te convencer que você não precisa mais ir ao profissional que deve acompanhar o processo, seja ele médico, mas de preferência o nutricionista é claro rsrsrs. Uma coisa importante é: você não vai ao profissional só para pesar, mas principalmente, para reavaliar o procedimento.

6-      A mesma paciente acima e sua balança, há 2 anos atrás se submeteu a um tratamento com uma equipe de nutricionistas, uma dieta com vários suplementos. Depois de 2 semanas veio se queixar para mim que tanto sacrifício e ainda não havia emagrecido, eu disse para parar de se pesar e continuar firme. Com 3 semanas a mesma queixa e eu com a mesma orientação. Conseguiu ficar 2 semanas sem se pesar e voltou para a equipe reavaliar, resultado: 3,5kg a menos. Pessoal não somos contas matemáticas simples, somos equações matemáticas com “n” variáveis.

7-      Acho que poderia enumerar mais uns vinte itens para você não se pesar em intervalos curtos.
Sugestão: leiam a matéria bacana que saiu sobre o assunto na Folha semana passada:
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1079606-neurose-da-balanca-gera-ansiedade-e-pode-atrapalhar-a-dieta.shtml

Por isso,
"Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo"

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Psiquê Magra

Dia 12/8 começa um novo grupo Psiquê Magra (serão 10 quintas feiras a partir das 19:00), trabalho lindíssimo o qual eu participo.
Vamos lá, crie coragem e venha aprender a ver a alimentação de uma forma mais saudável.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Workshop: Psiquê Magra

É um belo trabalho onde vamos aliar a nutrição e a psicologia comportamental para abrir o caminho para o emagrecimento.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Reeducação alimentar

Hoje recebi um e-mail de um paciente antigo que de vez enquando aparece, nele dizia que precisava muito voltar para o trabalho de reeducação alimentar, mas sentia-se muito envergonhado, pois não conseguia seguir as minhas orientações. Enviei a seguinte resposta para ele:

"não vejo motivo ailgum para vergonha, pois o normal num processo de reeducação alimentar é a resistência mesmo. Pense comigo você construiu esse hábito durante uma vida inteira é muito difícil mudar de um dia para o outro, o trabalho de conscientização sobre a necessidade de mudança pode levar até um ano e depois vem as mudanças que podem levar até 5 anos. Querer mudar de um dia para o outro é mesmo que pedir para um sedentário correr por 45 minutos, primeiro ele não vai conseguir e se por acaso conseguir vai ficar tão machucado e tão cansado que nunca mais vai fazer um exercício sequer.


Gosto de comparar com o aprender a andar de bicicleta: primeiro aprender a se equilibrar na bicicleta com as duas rodinhas auxiliares e ainda assim caímos vez por outra, depois de um tempo ficamos com apenas uma e continuamos a experimentar o chão, por último sem rodinhas e experimentamos o chão mais vezes. Depois de algum tempo já eficientes e automáticos, mas de vez enquando está lá uma pequena derrapada e o chão novamente, a gente levanta, monta na bicicleta e recomeça.. Porque não se esquecesse nunca como andar de bicicleta, mas ainda assim temos que nos reerguer. "
 
Então, se umas das suas promessas de ano novo é emagrecer, realmente entenda isso como um processo.
Se o seu objetivo é melhorar a saúde entenda isso como um processo. As mudanças em geral nos são muito duras e é preciso tempo para nos interarmos com elas de verdade. E pode acreditar: cada vez que pareceu a você que o processo de reeducação alimentar fracassou, certamente aprendeu algo sem perceber mudou um pedacinho do seu dia a dia. Não conseguimos levantar uma casa de um dia para outro e muitas vezes ou esperamos ela ficar pronta para mudarmos ou mudamos com ela ainda em construção.
 
Vamos começar um trabalho de reeducação alimentar?