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quinta-feira, 4 de março de 2010

Hipersensibilidade alimentar


O nome informa: é uma resposta alérgica que demora a ficar sintomática, até 4 dias depois da ingestão do alimento o que dificulta a identificação do causador do distúrbio. As hipersensibilidades alimentares são mediadas por outros complexos de defesa que não são as IGE´s e geram sintomas crônicos.

Nesse tipo de alergia o intestino tem papel fundamental, pois a mesma acontece quando uma ou mais das três linhas de defesa do intestino falha: micorbiota intestinal (nos casos de disbiose), barreira de células intestinais que formam a mucosa (a permeabilidade intestinal) e o sistema imune do próprio intestino. Disbiose é o desequilíbrio da flora intestinal, onde as bactérias patogênicas (trazem doenças) estão altamente proliferadas fazendo com que as bactérias benéficas a nossa saúde não consigam exercer efeitos importantes . O grupo de bactérias benéficas tem várias funções importantes: oferecer uma barreira para proteção da mucosa do intestino ( diminuindo as reações alérgicas,p. ex.); secretam ácidos graxos de cadeia curta que dentre outras funções auxiliam no trânsito intestinal; secretam vitaminas do complexo B e vitamina K; síntese de enzimas digestivas (especialmente a lactase, que é a enzima deficiente em casos de intolerância a lactose); são essenciais para o desenvolvimento e a maturação do sistema imune do intestino e do organismo como todo.

        A permeabilidade intestinal diz respeito à integridade da mucosa do intestino (tecido que reveste a parede do intestino). Constituído de um tecido semelhante ao subcutâneo, rico em colágeno, a mucosa do intestino se torna mais permeável quando suas células perdem o poder de adesão. Num intestino com a mucosa integra as moléculas precisam passar por “dentro” da célula da mucosa para chegar à corrente sanguínea. Quando a mucosa perde sua capacidade de adesão, essa barreira seletiva fica prejudicada. Menos coesa, a mucosa intestinal acaba por absorver não apenas as substâncias benéficas para o organismo, mas também as que deveriam ser eliminadas ou que ainda não estavam devidamente digeridas. Estamos programados e reconhecemos as moléculas na sua menor parte, por exemplo, nosso organismo reconhece aminoácidos quando caem na corrente sanguínea, mas não peptídeos ou proteínas exógenas inteiras. Imagine o que acontece quando uma proteína do leite cai na corrente sanguínea, onde só deveria haver proteínas humanas, essa estrutura será interpretada como “persona non grata” e o sistema de defesa será chamado para combater esse agente estranho, temos uma resposta, então, de fundo inflamatório. Aparecem as otittes, bronquites, sinusites, rinites, colites, gastrites e muitas outras. O indivíduo doente toma remédios que apenas controlam os sintomas, mas não atacam a causa. O uso prolongado de antibióticos, antiinflamatórios, anticoncepcional oral e alguns alimentos são fatores capazes de provocar o aumento da permeabilidade intestinal. Os alimentos que mais atuam com capacidade de desequilibrar a flora e/ou de agredir a mucosa intestinal e/ou de estimular uma resposta imune do intestino e então levar a um processo inflamtório são: leite que não seja humano e todos os seus derivados, glúten (proteína presente na farinha de trigo, centeio e cevada(olha a cervejinha ai), ovo, soja, frutas cítricas, açúcar, cafeína, etc.

Aos poucas vamos falar especificamente sobre leite e derivados, glúten, açúcar. Até mais.

Se quiser ver mais sobre o assunto é só acessar o link acima.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Alergias Alimentares - Parte 1 Imediata e Intolerâncias


A alergia nada mais é que uma resposta exagerada do nosso sistema imunológico o que leva normalmente a condições inflamatórias. A inflamação é um mecanismo de defesa importante, mas na alergia ela está aumentada e “voltada” para a resposta a alérgenos.
Quando falamos em alergias alimentares, que são respostas do sitema imune a determinados alimentos) podemos dividir em três setores: a alergia imediata, a alergia tardia e as intolerâncias alimentares (que na verdade não são alergias, mas são muito confundidas com elas).
A alergia imediata é mediada pela imunoglobulina IgE (as imunoglobulinas são proteínas que fazem parte do nosso sistema de defesa). O nome já diz tudo, teve contato com o alimento imediatamente tem-se o aumento exacerbado da IgE e seus sintomas como vômitos, diarréia, dermatites, urticária, entre outras até o fechamento da glote o que impossibilita a respiração. Os alimentos mais relacionados com esse tipo de alergia são os crustáceos (camarão é campeão), leite e seus derivados em crianças, mel, ovos e castanhas(amendoim, p.ex.).
As intolerâncias alimentares estão relacionadas a erros metabólicos e a mais comum é a intolerância a lactose. O indivíduo por um erro metabólico não processa determinado nutriente é o que acontece com a lactose que precisa da lactase para ser “quebrada” em porções menores e então ser absorvida, a fenilcetonúria também é uma intolerância alimentar na qual o indivíduo não processa a fenilalanina.
Vamos voltar à intolerância a lactose: o leite (seja qual for o animal que o tenha produzido) possui um açúcar denominado lactose, molécula que é formada pela ligação de dois açúcares menores: a glicose e a galactose. A lactase é uma enzima fabricada pela mucosa intestinal que “quebra” a ligação da lactose e libera as duas moléculas menores (glicose e galactose) que só assim podem ser absorvidas pelo intestino. Os principais sintomas para a intolerância a lactose estão relacionados ao tubo digestivo como os gases, as cólicas e as diarréias, mas podemos achar a constipação intestinal também, além da sensação de empachamento estomacal (má digestão). Existe um teste para medirmos a intolerância a lactose denominado curva de tolerância a lactose, para os pacientes intolerantes esse teste normalmente provoca muitos, mas muitos gases (referem semelhança com um balão em pleno vôo no final do dia), cólicas e até diarréia. No dia a dia do meu trabalho tenho encontrado muitos pacientes intolerantes a lactose (60% da minha clientela), algumas são tão intensas que os pacientes não suportam o mínino de contaminação o que inclui os queijos, manteigas e iogurtes. A conduta é a retirada do grupo alimentar imediatamente da alimentação diária do paciente, não tem jeito. A importação da lactase em comprimidos tem sido uma solução para aqueles momentos que não se tem opções sem leite e seus derivados, mas não concordo com o seu uso indiscriminado. É necessário levar em conta que o paciente com intolerância a lactose tem disbiose e conseqüente hipermeabilidade intestinal o que vamos tratar com mais profundidade na postagem sobre alergias tardias.
Próxima postagem: alergias tardias, hipermeabilidade intestinal e disbiose

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Entrevista para o Globo Comunidade

Pessoal o link abaixo dá acesso a entrevista que dei no dia 30/8/9 sobre alergias alimentares no Globo Comunidade:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1114304-7823-LEITE+E+DERIVADOS+PODEM+CAUSAR+ALERGIAS+RESPIRATORIAS+DIZ+NUTRICIONISTA,00.html


Se puder assistam é bem interessante.