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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

By-pass e suplementação


Para os indivíduos que se submeteram ao by-pass (vulgo: redução do estômago) os seguintes alertas: 
1- não é apenas uma redução do estômago, é feito um desvio intestinal importante que leva a várias alterações. 
2- a suplementação de vitaminas e minerais não é um invenção, é NECESSÁRIA, é pra vida toda e NÃO engorda
3- várias, várias complicações podem acontecer desde o procedimento até o pós- operatório imediato, portanto, mantenha o acompanhamento com o cirurgião, com o nutricionista, com o psicólogo, enfim uma equipe MULTIDISCIPLINAR
É UM PROCEDIMENTO ENORME, QUE MUDA VÁRIOS ASPECTOS DA VIDA, DO METABOLISMO E DA SAÚDE. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Experiência

Bom dia! Vou dividir com vocês um atendimento que fiz ontem:
Uma moça com os seus 130 kg, uma quadro depressivo que a levou a aposentadoria aos 32 anos, artrose nos 2 joelhos, 3 hérnias de disco e fibromialgia. Eu ainda diagnostiquei resistência a insulina e deficiência de vitamina D e outras coisitas mais. Ela foi atrás de um laudo para se submeter a um by-pass (vulgo- redução de estômago), me contou que todos os seus médicos exigem que ela perca peso, pois todos os seus problemas eram consequencia da obesidade, tinha vários laudos indicativos para o procedimento. Chorou muito. E eu emendei: Bem, então só falta o laudo do nutricionista?
Ela respondeu: Não, também falta o laudo do meu ortopedista.
Por quê?
Ele é totalmente contra o procedimento.
Sério?
Sim, ele argumenta que todos os meus problemas de saúde apenas são piorados pela obesidade. Que eu tenho que descobrir o que há de errado dentro de mim, por que eu como demais, o que atrapalha no meu metabolismo as minhas tentativas de emagrecimento.
Aí eu já estava quase chorando...
Enfim, o que eu sempre digo para todos os meus queridos não trate o sintoma como doença. A obesidade é um sintoma de que há algo errado na sua psique na hora de lidar com suas emoções e alimentação, e também, que o seu sistema neuroendócrino não está funcionando adequadamente.
Mas, feliz mesmo eu fiquei por achar alguém, de onde eu menos esperava um ortopedista, que pensa mais ou menos igual a mim.
Juro, eu fiquei tão pasma que me esqueci de pegar o nome e o telefone dele, mas prometo que vou providenciar o mais rápido possível.
A paciente?
Vai se submeter oa by-pass na semana que vem. Conseguiu fácil um outro ortopedista que achou inclusive urgente a necessidade do procedimento.
Há esperança.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Bypass gástrico


Procedimento: cirúrgico com anestesia geral (vídeo laparoscopia ou aberta)


Validade: reversão só em caso de complicações

Riscos: causadas por soltura de um grampo (fistula)
A mortalidade dessa cirurgia é descrita mundialmente ao redor de 0,6% e geralmente associada a grandes obesos com doenças graves desde antes da cirurgia.
Existem complicações de ordem operatória também.

Internação: 1 na noite anterior a cirurgia
Quando sem complicações: 1-2 dias de UTI
+ 1-2 dias no internação no quarto

Dieta: 15-20 dias de hidratação oral (água de coco, sucos de frutas, chá e caldos todos coados no coador de papel)
15 a 20 dias de dieta líquida completa (cremes ralos)
Depois de 30 dias de cirurgia: Evolução de consistência de acordo com cada paciente

Indicação: Paciente com IMC igual ou superior a 35 com comorbidades associadas (hipertensão, Diabetes, apnéia do sono, etc)
Paciente com IMC igual ou superior a 40

Pré-operatório: a-Consulta para Relatório da nutricionista
b- 1 consulta com nutricionista para orientações de pré-preparo para a cirurgia.
c- Consulta com nutricionista antes da cirurgia para orientações no pós-operatório e entrega do cardápio para os primeiros vinte dias.
d- 5 dias de dieta líquida completa antes da cirurgia
O "Bypass Gástrico" é a "Cirurgia Bariatrica" mais freqüentemente realizada no mundo. Setenta por cento das cirurgias bariatricas feitas no mundo são Bypass Gástrico. Essa cirurgia também é conhecida como "Cirurgia de Fobi e Capella" ou "Septação Gástrica".

Mecanismo de Ação
O mecanismo de funcionamento dessa cirurgia tem 3 objetivos: restringir o consumo alimentar através da redução do estômago, diminuir a absorção e estimular a saciedade precoce.
Redução Gástrica.
O estômago é grampeado e o que fica ligado no tubo digestório é bem pequeno suportando algo em torno de 20 ml a cada 10 minutos.
NutriçãoI leal.
Desvio intestinal para que menos nutrientes sejam absorvidos e para que ando a comida chegue mais rápido ao intestino terminal estimulando a produção de hormônios que causam a saciedade a nível cerebral. O duodeno e o jejuno proximal são trechos do intestino que tem altíssimo poder de absorção, ou seja, grande parte da comida passa rapidamente do intestino para o sangue nesses trechos. O Bypass Gástrico cria um "atalho" no tubo digestivo . A comida vai passar por um estomago pequeno que será costurado ao jejuno médio. Em outras palavras a comida não passa pela maior parte do estomago, nem pelo duodeno e nem por 70 cm de jejuno inicial. Essa modificação vai impedir a intensa absorção alimentar que ocorreria nesse trecho. Esse é o principal mecanismo emagrecedor do Bypass Gástrico. Em vista desse procedimento a absorção de vitaminas e minerais fica muito prejudicada. Entenda: você reduziu o estômago, reduziu o intestino, mas as suas necessidades diárias de nutrientes continua a mesma para o sexo e ciclo da vida que você está, então, não “complementar” determinados nutrientes (algumas vitaminas, alguns minerais e às vezes proteínas) pode levar a: queda acentuada de cabelo, unhas se desmanchando, dores musculares, fraqueza, anemia que são as conseqüências menos graves perto de outras perturbações ao organismo que podem acontecer.

É necessário estabelecer uma parceria com uma equipe multidisciplinar, pois como ouvi em uma palestra: “o Bypass Gástrico é um casamento poligâmico sem direito a divórcio com nenhuma das partes envolvidas”. A única solução é que seja feita uma Sociedade entre o paciente + sua família + cirurgião + nutricionista + psicóloga + fisioterapeuta + outros profissionais conforme o caso.
Parece simples, mas é um grande procedimento cirúrgico com pontos e cortes no estômago e intestino, dentro de você estará tudo literalmente de cabeça para baixo. A complexidade dessa cirurgia vai mexer com tudo na sua vida, tudo mesmo, aspectos físicos, emocionais e bioquímicos. A reversão é um procedimento mais complicado e de altíssimo risco.
No primeiro ano tem-se o emagrecimento mais intenso e vai estabilizando com o decorrer do tempo. Alguns trabalhos falam que a possibilidade de voltar a engordar em 10 anos é real. Por isso, mesmo o bypass deve ser encarado como uma oportunidade de fazer a reeducação alimentar e lembre-se não há mais nada para fazer além dessa cirurgia. Se você é do tipo que acha que comer de forma saudável é fazer dieta, então precisa aceitar e entender que vai fazer dieta para sempre. Por isso, aprenda a se alimentar de forma saudável e descubra que isso é pode ser altamente prazeroso.

Acesse esse link e você poderá ver um pequeno vídeo explicativo do procedimento:
http://www.gastrobese.com.br/obesidade.php

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cirurgia Bariátrica - 2a Etapa: Banda gástrica ajustável


















Banda gástrica ajustável
Procedimento: cirúrgico com anestesia geral (vídeo laparoscopia)
Validade: retirada só e casos de complicações
Riscos: Rejeição do portal de acesso para ajuste
Deslocamentos da banda
Deslocamento do portal
Dieta: 30 dias de dieta líquida
30 dias de dieta pastosa
Evolução de consistência de acordo com cada paciente
Indicação: Paciente com IMC igual ou superior a 35 com comorbidades associadas (hipertensão, Diabetes, apnéia do sono, etc)
Paciente com IMC igual ou superior a 40
Pré-operatório: 1-Consulta para Relatório da nutricionista
2- 1 consulta com nutricionista para orientações de pré-preparo para a cirurgia.
3- Consulta com nutricionista antes da cirurgia para orientações no pós-operatório e entrega do cardápio para os primeiros vinte dias.
A técnica da banda gástrica ajustável consiste na colocação de um pequeno anel ao redor da porção superior do estômago realizado pelo seu cirurgião. Este anel, cinta, ou como é mais conhecida, banda gástrica, divide o estômago em dois compartimentos: um pequeno que fica acima da banda e irá armazenar pouca quantidade de alimento que, quando cheio, causa a sensação de saciedade; e um segundo compartimento maior, que é o resto do estômago normal abaixo da banda, e que continuará a participar do processo digestivo normal, recebendo e enviando o alimento para o duodeno. Veja figura abaixo:
- O objetivo da cirurgia de Banda Gástrica é reduzir o volume gástrico para os sólidos e a velocidade do seu esvaziamento, ou seja, com poucas quantidades você estará saciado. Isso porque os receptores que traduzem para o cérebro a mensagem de saciedade se encontram na parte de cima do estômago, o paciente terá o apetite diminuído e ficará satisfeito com refeições bem menores que antes da operação, além do que o anel só permite a passagem de poucas quantidades de cada vez e em estado líquido. Esse procedimento é muito adequado para os que gostam de comer grandes volumes de uma vez só. Mas, atenção, você sentirá fome, mas uma pequena quantidade será o suficiente para saciá-lo. O paciente com banda gástrica é obrigado a mastigar pequenas porções de cada vez, irá aprender a “Beber o sólido e comer o líquido”.
- Vale ressaltar que a cirurgia visa estabelecer um padrão alimentar que permita uma ingestão de pequena quantidade de alimentos sólidos, promovendo a sensação de saciedade precoce. A capacidade para ingerir alimentos líquidos e líquido-pastosos não sofre uma redução tão dramática. Portanto se não houver uma colaboração do paciente no sentido de evitar alimentos líquidos e pastosos de alto teor calórico, a perda ponderal ficará comprometida.
- A banda gástrica possui um balão que fica em contato com o estômago e que, à medida que é inflado, reduz a velocidade de esvaziamento da pequena câmara, limitando a capacidade de armazenamento de alimento. Este balão é ligado por um estreito tubo de silicone a um pequeno dispositivo para injeção que é implantado sob a pele e que permite uma calibração do diâmetro do anel e, por conseqüência, da velocidade de esvaziamento do reservatório gástrico. Esta propriedade possibilita um ajuste a qualquer momento após a cirurgia, adequando a restrição gástrica às necessidades e à tolerância de cada pessoa. A cada consulta será avaliada ainda a necessidade desse ajuste realizado pelo médico. A banda gástrica ajustável permite até 9 ml para o ajuste, com o objetivo de adequar o procedimento às suas necessidades.
- A fase inicial do tratamento tem se mostrado decisivo para o sucesso do mesmo.
Até aqui apenas copiei/colei parte de um material que entrego aos meus pacientes que se submetem ao procedimento. Daqui para frente vou fazer algumas considerações de acordo com a minha experiência com os pacientes que já acompanhei. A banda gástrica é uma intervenção bem menos invasiva que a cirurgia de Capella (redução de estômago), tem efeito muito significativo para aquelas pessoas que são adeptas a 2 refeições diárias bem volumosas (almoço e jantar), para os “comedores” de carne vermelha também porque é uma barreira física a entrada de grandes volumes. A perda de peso inicial (nos 2 primeiros meses) é tão grande quanto a cirurgia de Capella, mas depois diminui drasticamente e se o paciente não estiver muito convicto e disposto a enfrentar o trabalho e os sacrifícios será um grande complicador. Poucos cirurgiões têm optado por esse método, pois a perda de peso normalmente não é tão significativa quanto na redução, é necessário um comprometimento muito maior do paciente com o tratamento e não tem indicação para os fanáticos por doces, guloseimas e beliscos. Dos pacientes que acompanhei a complicação mais comum foi rejeição ao portal de acesso menos de 8%; 2 casos apenas necessitaram da retirada da banda, no primeiro a mesma havia migrado para dentro do estômago do paciente (paciente que nunca havia ajustado o anel, mas vomitava sempre que comia um pouquinho a mais, provável motivo); e no segundo um paciente que desenvolveu anorexia nervosa. Casos em que se pode mostrar uma grande vantagem do procedimento: a reversão é muito simples em caso de não adaptação.
Nutricionalmente falando: o processo de emagrecimento é menos drástico para o organismo, necessita sim de reposição de vitaminas e minerais e vou demonstrar porque na tabela abaixo exemplificando um caso:
JLR, 45 anos, sexo masculino, 120 Kg
As recomendações diárias (DRI”s) para a faixa etária dele são:
Proteínas- 0,8 g/ Kg/dia (96g)
Riboflavina -(B2)1,3 mg
Niacina (B3)-16 mg
Ferro-8 mg
Cálcio-1000 mg
Zinco-11 mg
Magnésio-420 mg
Antes da cirurgia a sua ingestão levava a seguintes quantidades destes nutrientes:
Proteína-1,5 g/Kg de Peso
Riboflavina -(B2)2,0 mg
Niacina (B3)-10 mg
Ferro-10 mg
Cálcio-600 mg
Zinco-15 mg
Magnésio-300 mg
Nos 30 dias iniciais (dieta líquida):
Proteína-40g 0.36 g/Kg de Peso
Riboflavina -(B2)0,32mg
Niacina (B3)-6,4mg
Ferro-3,9mg
Cálcio-343 mg
Zinco-4,25 mg
Magnésio-170 mg
Nos próximos 30 dias (dieta pastosa):
Proteína-41,5 g 0,39g/Kg de Peso
Riboflavina -(B2)0,33mg
Niacina (B3)-2,8mg
Ferro-5,62mg
Cálcio-302mg
Zinco-7,72mg
Magnésio-202mg
Depois de 90 dias (já com dieta Normal):
Proteína-58,7g 0,57 g/ Kg de Peso
Riboflavina -(B2)0,6mg
Niacina (B3)-4,41mg
Ferro-17,5 mg
Cálcio-430mg
Zinco-10,2mg
Magnésio-180 mg
FONTE: Prontuário do Paciente e Tabela Taco
Então, o que acham desses dados? O paciente já começa o processo com algumas deficiências nutricionais graves. Só para começar: Magnésio, Riboflavina e Niacina são imprescindíveis na quebra de lipídios (gordura) para obtenção de energia, além de várias outras funções. A deficiência de proteína é agravada pela deficiência energética pois essa última obriga o organismo a usar os músculos (proteínas) como fonte de energia, detalhe: os músculos utilizam gordura como fonte de energia, então quando se perde músculo diminui-se o gasto energético e nesse caso exatamente a utilização de gordura como fonte de energia. Então, o emagrecimento por queima de gordura fica bem prejudicado. O zinco é essencial, por exemplo, para a formação de ácido clorídrico e para o sistema imune, vai adoecer mais e podem aparecer acnes, além de unhas fracas e queda de cabelo.
Qualquer tratamento para emagrecimento tem que ser acompanhado de perto por um nutricionista capacitado para avaliar a dieta prescrita, as necessidades gerais do indivíduo e as suas possíveis deficiências a serem atendidas. Qualquer tratamento para emagrecer é para a vida toda, as pessoas não deixam de ser alcoolatras, assim como o seu organismo não deixa de ser obeso. O objetivo das células gordurosas é acumular a maior quantidade de gordura que já acumularam um dia, então em qualquer escorregada acordamos nossas “amiguinhas” que começam a secretar hormônios que nos farão comer muito e com péssima qualidade.
Pacientes que optam pela banda gástrica devem ter em mente que realmente é menos agressivo que a Capella, mas ele tem que fazer todas as mudanças de hábitos de vida que qualquer outro tratamento exige para não voltar a ganhar peso. Essas mudanças envolvem: reeducação alimentar (nutricionista), atividade física regular (educador físico) e mudanças na relação emocional com a comida e com você mesmo (psicólogo) , assim terá o suporte emocional necessário para sustentar todas essas mudanças para a vida toda.

Qualquer tratamento para emagrecer deve ser visto como um processo de longuíssimo prazo.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cirurgia bariátrica - 1a etapa -Balão Intragástrico





Tenho no momento 4 pacientes angustiadas com a possibilidade de enfrentar uma cirurgia bariátrica. O que é uma decisão muito complicada mesmo. Devo ou não fazer uma intervenção tão invasiva? E qual método escolher?
Existem, atualmente, vários tipos de intervenções “bariátricas”, mas apenas 3 são aprovadas pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), qualquer outro é tido como técnica experimental. As três são:
1- Balão intragástrico
2- Cirurgia de banda gástrica ajustável
3- By-pass (Capella)
Em etapas, vamos primeiro conversar sobre o balão.


Balão Intragástrico
Procedimento: Endoscopia
Validade: 6 meses
Riscos: rejeição ao balão
Ruptura do balão e obstrução intestinal por consequencia
Dieta: Água de coco no período de adaptação
Dieta líquida e depois dieta pastosa com evolução até a retomada da normalidade que neste caso é reeducação alimentar
Tenho um protocolo que elaborei depois de 5 anos de trabalho com pacientes que colocaram o balão, o Consenso relata dieta líquida e pastosa por apenas 3-4 dias logo após o procedimento.
A minha experiência: O médico através de uma endoscopia introduz o balão de silicone no estômago do paciente e depois enche com soro fisiológico até 600ml. O objetivo é produzir sensação de saciedade 24 horas, nos primeiros 2 meses em média produz a sensação que você acabou de sair da churrascaria cada vez em que se alimentar. Com o tempo isso diminui e se não tiver muito comprometimento com o processo de emagrecimento pode-se voltar a comer as mesmas quantidades de antes. Tive pacientes que voltaram a engordar mesmo com o balão e um deles me chamou muita a atenção: num ataque de ansiedade ele que estava com o balão a 3 meses chegou a comer 6 pães de sal de uma vez só.
Tem sido mais indicado para os casos de estética e para pacientes que precisam perder peso antes da cirurgia tipo by-pass para diminuir o risco da mesma ou para pacientes que o risco cirúrgico é alto demais.
Importante: nos primeiros dias (3 a 8 dias) depois que você coloca o balão o seu organismo vai tentar expulsá-lo afinal é um corpo estranho. Como? Através de vômitos. Nesses 5 anos só tive 1 paciente que não passou por essa fase e todos afirmam para mim que são fortes o suficiente e que não vomitam com facilidade. A verdade é que pode vomitar tanto que é necessário fazer uma reidratação intravenosa e alguns de tanta força que o organismo faz acabam dilacerando as veias do esôfago e vomitam sangue (nada de tão grave como parece, mas é bom observar). Mas, se fizer o esquema alimentar prescrito esse período passa. Alguns pacientes reclamam de dores intensas nas costas e alguns rejeitaram tanto o balão que tiveram que retirar bem antes do prazo de 6 meses.
As pessoas depois que retiram o balão voltam a engordar? Das que eu acompanhei quase todas voltaram a engordar em 1 ano e meio. Porque, primeiro- a perda inicial de peso é muito drástica e o organismo tende a se proteger melhorando a sua eficiência no aproveitamento dos alimentos, promovendo o efeito sanfona; segundo- porque além da reeducação alimentar é necessário mudanças nos hábitos de vida (atividade física, menos estresse, etc) e também mudanças na relação emocional com o alimento e 6 meses não são, normalmente, suficientes para tantas mudanças. Talvez o ideal é aceitar que esse procedimento é um ponta pé inicial no seu trabalho com o seu corpo.

Próximos capítulos: banda gástrica e Capella