segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Alergias Alimentares - Parte 1 Imediata e Intolerâncias


A alergia nada mais é que uma resposta exagerada do nosso sistema imunológico o que leva normalmente a condições inflamatórias. A inflamação é um mecanismo de defesa importante, mas na alergia ela está aumentada e “voltada” para a resposta a alérgenos.
Quando falamos em alergias alimentares, que são respostas do sitema imune a determinados alimentos) podemos dividir em três setores: a alergia imediata, a alergia tardia e as intolerâncias alimentares (que na verdade não são alergias, mas são muito confundidas com elas).
A alergia imediata é mediada pela imunoglobulina IgE (as imunoglobulinas são proteínas que fazem parte do nosso sistema de defesa). O nome já diz tudo, teve contato com o alimento imediatamente tem-se o aumento exacerbado da IgE e seus sintomas como vômitos, diarréia, dermatites, urticária, entre outras até o fechamento da glote o que impossibilita a respiração. Os alimentos mais relacionados com esse tipo de alergia são os crustáceos (camarão é campeão), leite e seus derivados em crianças, mel, ovos e castanhas(amendoim, p.ex.).
As intolerâncias alimentares estão relacionadas a erros metabólicos e a mais comum é a intolerância a lactose. O indivíduo por um erro metabólico não processa determinado nutriente é o que acontece com a lactose que precisa da lactase para ser “quebrada” em porções menores e então ser absorvida, a fenilcetonúria também é uma intolerância alimentar na qual o indivíduo não processa a fenilalanina.
Vamos voltar à intolerância a lactose: o leite (seja qual for o animal que o tenha produzido) possui um açúcar denominado lactose, molécula que é formada pela ligação de dois açúcares menores: a glicose e a galactose. A lactase é uma enzima fabricada pela mucosa intestinal que “quebra” a ligação da lactose e libera as duas moléculas menores (glicose e galactose) que só assim podem ser absorvidas pelo intestino. Os principais sintomas para a intolerância a lactose estão relacionados ao tubo digestivo como os gases, as cólicas e as diarréias, mas podemos achar a constipação intestinal também, além da sensação de empachamento estomacal (má digestão). Existe um teste para medirmos a intolerância a lactose denominado curva de tolerância a lactose, para os pacientes intolerantes esse teste normalmente provoca muitos, mas muitos gases (referem semelhança com um balão em pleno vôo no final do dia), cólicas e até diarréia. No dia a dia do meu trabalho tenho encontrado muitos pacientes intolerantes a lactose (60% da minha clientela), algumas são tão intensas que os pacientes não suportam o mínino de contaminação o que inclui os queijos, manteigas e iogurtes. A conduta é a retirada do grupo alimentar imediatamente da alimentação diária do paciente, não tem jeito. A importação da lactase em comprimidos tem sido uma solução para aqueles momentos que não se tem opções sem leite e seus derivados, mas não concordo com o seu uso indiscriminado. É necessário levar em conta que o paciente com intolerância a lactose tem disbiose e conseqüente hipermeabilidade intestinal o que vamos tratar com mais profundidade na postagem sobre alergias tardias.
Próxima postagem: alergias tardias, hipermeabilidade intestinal e disbiose

Um comentário:

  1. Adorei o post Ana Flávia, super esclarecedor! Estou esperando o post sobre alergias tardias pra entender porque não é legal usar muito a lactase! Obrigada pela espaço! Patrícia Tavarone

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