terça-feira, 15 de setembro de 2009

Doença de Alzheimer e ômega 3

Várias linhas de pesquisa relacionam a Doença de Alzheimer com o processo inflamatório. Recentemente teve uma matéria na televisão sobre isso: a “descoberta” de 3 genes relacionados com Alzheimer que disparariam o processo inflamatório levando a morte dos neurônios. O tecido cerebral de pacientes com Alzheimer inclui depósitos fibrilares amiloidais localizados nas paredes dos vasos sanguíneos, associados a uma variedade de diferentes tipos de placas senis, formação de novelos neurofibrilares (NFT), perda neuronal e sináptica e inflamação (SELKOE, 2001).
Se Alzheimer e inflamação estão realmente ligados, então, o ômega- 3 tem um papel fundamental em vista da sua ação antiinflamatória. Estudos populacionais identificaram uma redução significativa da incidência de Alzheimer para pessoas que comiam peixes( que são fontes de ômega 3) pelo menos 2x/semana (redução em 60% do risco de desenvolvimento da doença).
O que já sabemos é que o Alzheimer tem um componente importante de hereditariedade, então, a probabilidade está muito aumentada para os filhos de pacientes portadores da doença e seus descendentes, principalmente se uma proteína denominada Apo E estiver com os níveis sanguíneos alterados. A relação da Apo E e doença de Alzheimer gerou um vasto campo de estudo e se entendermos o seu papel no organismo fica mais fácil. È uma lipoproteína de transporte para gorduras no sangue (uma estrutura formada por lipídios, que não são solúveis em água e por proteínas que são solúveis em água), carrega colesterol e triglicerídeos, no cérebro tem ação importante no processo de mobilização e redistribuição de colesterol para a regeneração do sistema nervoso central e periférico. Sanders et al (1993) observaram que existe uma maior freqüência de Apo E em pacientes classificados como possíveis ou prováveis portadores da doença de Alzheimer. Um modelo de atuação sugere que a Apo E aumenta a produção das fibrilas amiloidais através do aumento de colesterol nas membranas dos neurônios o que dificultaria a retirada das fibrilas e aumentaria o seu depósito no interior da célula e conseqüente agregação até a formação das placas senis e todo o processo inflamatório.
Em vista disso seria prudente suplementar ômega 3 em pacientes com casos de Alzheimer na família? Depende, como tudo na vida. Para alguns pode até gerar benefícios, mas existem contraindicações e uma delas, li esses dias no blog do nutricionista Henrique (riquenutri.blogspot.com), levanta a possibilidade da suplementação do ômega 3 diminuir a resposta do sistema imunológico a vírus, experimento feito com ratos.
O que fazer? Acho que o melhor caminho para esse grupo (o que tem herança genética) é aumentar o consumo de alimentos ricos em ômega 3, pois parece muito importante o consumo desse nutriente não só na prevenção de Alzheimer como também nas doenças cardiovasculares. Os excessos de nutrientes quando vem dos alimentos são contornados pelo nosso organismo com mais facilidade que na forma de suplementos. Na prevenção da doença de Alzheimer ainda é importante fazer atividade física diariamente (promove regeneração de neurônios) e manter o cérebro bem ativo.
Os alimentos ricos em ômega 3 são: peixes (salmão, sardinha, arenque, tilápia, pescada branca), linhaça, óleo de canola e o óleo de camelina (novo no pedaço).

Um comentário:

  1. Ei Ana! Muito bom o texto, valeu pela dica! Eu adoro salmao (estou sem acentuacao), mas aqui em casa tem que ser ffeito pelo Fernando, hehehe. A linhaca acabou de entrar na nossa dieta, principalmente por causa da Cecilia (colesterol).
    Beijos em todos
    Xodadessssssssss

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